No âmbito do Projeto Land Surface Analysis Satellite Applications Facility (LSA SAF) é calculado para a Europa e disseminado todos os dias às 12 UTC, o índice FWI (Canadian Forest Fire Weather Index System). Este índice de perigo de fogo integra seis índices que quantificam os efeitos da humidade do combustível e do vento no comportamento do fogo. Os três primeiros índices caracterizam o teor médio de humidade do combustível no solo. A estes adicionam-se os efeitos de vento permitindo caracterizar a taxa de propagação do fogo. Os dois restantes índices representam o combustível disponível para a combustão e a intensidade do fogo frontal. O aumento de cada um destes componentes corresponde a um aumento de perigo de fogo.
As classes de perigo de fogo são finalmente definidas para uma determinada região, pela aplicação de uma abordagem estatística que permite calibrar o sistema FWI utilizando o número registado de fogos ativos e de pixels de fogo num determinado período de tempo.
Para calcular os seis índices do FWI foram utilizados os parâmetros meteorológicos (nomeadamente temperatura a 2 m, humidade relativa, velocidade do vento a 10m e precipitação acumulada em 24 h) das previsões de 24 h, 48 h e 72 dos modelos de previsão numérica do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a médio prazo (European Centre for Medium-Range Weather Forecasts, ECMWF).
A quantidade de calor libertado por radiação num fogo, por unidade de tempo (ou seja, a potência radiativa do fogo, FRP), está relacionada com a taxa de consumo de combustível. Medir a potência radiativa do fogo (FRP) e integrá-la durante a vida de um incêndio fornece uma estimativa do total de Energia Radiativa (FRE) libertada, que para fogos florestais é proporcional à quantidade total de biomassa queimada. O produto FRP disseminado no âmbito do Projeto Land Surface Analysis Satellite Applications Facility (LSA SAF) contem informações sobre a localização, a duração e a potência (FRP, em MWatts) de incêndios florestais detetados a cada 15 minutos no disco completo dos satélites geostacionários METEOSAT.
Os satélites geostacionários (MSG) têm capacidade para monitorizar a superfície com elevada frequência temporal (15 minutos), mas uma resolução no terreno de cerca de 4 a 5 km sobre Portugal Continental. Sensores a bordo de satélites de órbita polar, tais como METOP, incluído no Sistema Polar EUMETSAT (EPS) que opera em coordenação com o Sistema Operacional Polar (POES) da NOAA, permitem monitorizar a superfície com melhor resolução espacial (cerca de 1 km), mas com uma frequência temporal muito inferior (4 observações diárias considerando o sistema conjunto EPS e POES).
A capacidade de deteção de eventos está intimamente ligada à resolução espacial do satélite METEOSAT e consequentemente eventos de fraca intensidade não serão identificados. Por outro lado, a localização de cada fogo corresponde ao centro do pixel no qual este foi identificado, admitindo-se uma incerteza da ordem de 1 pixel e 1/3 na posição geográfica de cada evento.
O AROME é um modelo de previsão numérica do tempo de área limitada e alta resolução (http://www.cnrm.meteo.fr/arome/), o qual tem sido desenvolvido essencialmente pela Météo-France. Este modelo é não hidrostático e foi construído a partir do núcleo da dinâmica do modelo ALADIN e do pacote de parametrizações físicas do modelo de investigação francês MESO-NH. A versão operacional do AROME utiliza as previsões do ALADIN operacional como condições iniciais/fronteira.
O AROME é executado localmente com uma resolução vertical de 46 níveis e horizontal de 2.5 km, para um alcance de 48 horas, nos seguintes domínios:
Parâmetros de superfície: